quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O educador português conta como é a Escola da Ponte, em que não há turmas, e diz que quem quer inovar deve ter mais interrogações que certezas

Cristiane Marangon (Cristiane Marangon)

José Pacheco não é o primeiro — e nem será o último — a desejar uma escola que fuja do modelo tradicional. Ao contrário de muitos, no entanto, o educador português pode se orgulhar por ter transformado seu sonho em realidade. Há 28 anos ele coordena a Escola da Ponte. Apesar de fazer parte da rede pública portuguesa, a escola de ensino básico, localizada a 30 quilômetros da cidade do Porto, em nada se parece com as demais.
 são suas áreas de interesse e desenvolvem projetos de pesquisa, tanto em grupo como individuais.

A cada ano, as crianças e os jovens criam as regras de convivência que serão seguidas inclusive por educadores e familiares. É fácil prever que problemas de adaptação acontecem. Há professores que vão embora e alunos que estranham tanta liberdade. Nada, no entanto, que faça a equipe desanimar.

O sistema tem se mostrado viável por pelo menos dois motivos: primeiro, porque os educadores estão abertos a mudanças; segundo, porque as famílias dos alunos apóiam e defendem a escola idealizada por Pacheco.

Quando jovem, esse educador de fala mansa não pensava em lecionar. Queria ser engenheiro eletrônico. Mas uma questão o inquietava: por que a escola ainda reproduzia um modelo criado há 200 anos? Na busca por uma resposta, se apaixonou pelo magistério. "Percebi que na engenharia teria menos a descobrir, enquanto na educação ainda estava tudo por fazer." Desse "tudo" de que tem se incumbido o professor Zé, como gosta de ser chamado, é que trata a entrevista a seguir, concedida à ESCOLA em São Paulo.

A Escola da Ponte é bem diferente das tradicionais. Como ela funciona? 
JOSÉ PACHECO Lá não há séries, ciclos, turmas, anos, manuais, testes e aulas. Os alunos se agrupam de acordo com os interesses comuns para desenvolver projetos de pesquisa. Há também os estudos individuais, depois compartilhados com os colegas. Os estudantes podem recorrer a qualquer professor para solicitar suas respostas. Se eles não conseguem responder, os encaminham a um especialista.

Existem salas de aula? PACHECO Não há salas de aula, e sim lugares onde cada aluno procura pessoas, ferramentas e soluções, testa seus conhecimentos e convive com os outros. São os espaços educativos. Hoje, eles estão designados por área. Na humanística, por exemplo, estuda-se História e Geografia; no pavilhão das ciências fica o material sobre Matemática; e o central abriga a Educação Artística e a Tecnológica.

A arquitetura mudou para acompanhar o sistema de ensino?
PACHECO 
Não. Aliás, isso é um problema. Nosso sonho é um prédio com outro conceito de espaço. Temos uma maquete feita por 12 arquitetos, ex-alunos que conhecem bem a proposta da escola. Esse projeto inclui uma área que chamo de centro da descoberta, onde compartilharemos o que sabemos. Há também pequenos nichos hexagonais, destinados aos pequenos grupos e às tarefas individuais. Estão previstas ainda amplas avenidas e alguns cursos d'água, onde se possa mergulhar os pés para conversar, além de um lugar para cochilar. As novas tecnologias da informação devem estar espalhadas por todos os lados para ser democraticamente utilizadas pela comunidade, o que já conseguimos.

Os professores precisam de formação específica para lecionar lá? 
PACHECO Não. Eles têm a mesma formação que os de outras instituições. O diferencial é que sentem uma inquietação quanto à educação e admitem existir outras lógicas. Nossa escola é a única no país que pode escolher o corpo docente. Os candidatos aparecem geralmente como visitantes e perguntam o que é preciso para dar aulas lá. Digo apenas para deixarem o nome. No fim de cada ano fazemos contato. Hoje somos 27, cada um com suas especializações.

Como os novos professores se adaptam à proposta da escola? PACHECO Há profissionais que estiveram sozinhos em sala durante anos e quando chegam constatam que sua formação e experiência servem para nada. De cada dez que entram, um não agüenta. Outros desertam e regressam depois. Mas nós também, por vezes, temos que nos adaptar. Há dois anos recebemos muitas crianças e professores novos, não familiarizados com a nossa proposta. Apenas a quinta parte do corpo docente já estava lá quando isso aconteceu. Passamos a conviver com mestres que sabiam dar aula e estudantes que sabiam fazer cópias. Foi necessário dar dois ou três passos para trás para que depois caminhássemos todos juntos. Precisamos aceitar o que os outros trazem e esperar que eles acreditem em nossas idéias. Essa é a terceira vez que passamos por isso.

Qual o perfil dos alunos atendidos pela Escola da Ponte? 
PACHECO Eles têm entre 5 e 17 anos. Cerca de 50 (um quarto do total) chegaram extremamente violentos, com diagnósticos psiquiátricos e psicológicos. As instituições de inserção social que acolhem crianças e jovens órfãos os encaminham para as escolas públicas. Normalmente eles acabam isolados no fundo da classe e, posteriormente, são encaminhados para nós. No primeiro dia, chegam dando pontapés, gritando, insultando, atirando pedras. Algum tempo depois desistem de ser maus, como dizem, e admitem uma das duas hipóteses: ser bom ou ser bom.

Como os estudantes vindos de outras escolas se integram a um sistema tão diferente? 
PACHECO Não é fácil. Há crianças e jovens que chegam e não sabem o que é trabalhar em grupo. Não conhecem a liberdade, e sim, a permissividade. Não sabem o que é solidariedade, somente a competitividade. São ótimos, mas ainda não têm a cultura que cultivamos. Quando deparam com a possibilidade de definir as regras de convivência que serão seguidas por todos ou não decidem nada ou o fazem de forma pouco ponderada. Em tempos de crise, como agora, em que muitos estão nessa situação, precisamos ser mais diretivos. Só para citar um exemplo, recebemos um garoto de 15 anos que tinha agredido seu professor e o deixado em estado de coma. Como um jovem assim pode, de imediato, participar da elaboração de um sistema de direitos e deveres?

A escola nem sempre seguiu uma proposta inovadora. Como ocorreu a transformação?
PACHECO Até 1976, a escola era igual a qualquer outra de 1ª a 4ª série. Cada professor ficava em sua sala, isolado com sua turma e seus métodos. Não havia comunicação ou projeto comum. O trabalho escolar era baseado na repetição de lições, na passividade. Naquele ano, havia três educadores e 90 estudantes. Em vez de cada docente adotar uma turma de 30, juntamos todos. Nosso objetivo era promover a autonomia e a solidariedade. Antes disso, porém, chamamos os pais, explicamos o nosso projeto e perguntamos o que pensavam sobre o assunto. Eles nos apoiaram e defendem o modelo até hoje.

Qual é a relação dos pais com a escola? PACHECO Eles participam conosco de todas as decisões. Se nos rejeitarem, teremos de procurar emprego em outro lugar. Também defendem a escola perante o governo. Neste momento, os pais estão em conflito com o Ministério da Educação. Ao longo desses quase 30 anos, quiseram acabar com nosso projeto. Eu, como funcionário público, sigo um regime disciplinar que me impede de tomar posições que transgridam a lei, mas o ministro não tem poder hierárquico sobre as famílias. Portanto, se o governo discordar de tudo aquilo que fazemos, defronta-se com este obstáculo: os pais. Eles são a garantia de que o projeto vai continuar.

Como sua escola é vista em Portugal? 
PACHECO Há uma grande resistência em aceitar o nosso modelo, que é baseado em três grandes valores: a liberdade, a responsabilidade e a solidariedade. Algumas pessoas consideram que todos precisam ser iguais e que ninguém tem direito a pensamento e ação divergentes. Há quem rejeite a proposta por preconceito, mas isso nós compreedemos porque também temos os nossos. A diferença é que nós nunca colocamos em cheque o trabalho dos outros. Consideramos que quem nos ataca faz isso porque não foi nosso aluno e não aprendeu a respeitar o ponto de vista alheio.

Qual é o segredo de sucesso da proposta seguida pela Ponte?
PACHECO 
Nós acreditamos que um projeto como o nosso só é viável quando todos reconhecem os objetivos comuns e se conhecem. Isso não significa apenas saber o nome, e sim ter intimidade, como em uma família. É nesse ponto que o projeto se distingue. O viver em uma escola é um sentimento de cumplicidade, de amor fraterno. Todos que nos visitam dizem que ficam impressionados com o olhar das pessoas que ali estão, com o afeto e a palavra terna que trocam entre si. Não sei se estou falando de educação ou da minha escola, mas é isso o que acontece lá.

O modelo da Escola da Ponte pode ser seguido por outras escolas? 
PACHECO 
Não defendo modelos. A Escola da Ponte fez o que as outras devem e podem fazer, que é produzir sínteses e não se engajar em um único padrão. Não inventamos nada. Estamos em um ponto de redundância teórica. Há muitas correntes e quem quer fazer diferente tem de ter mais interrogações do que certezas. Considero que na educação tudo já está inventado. A Escola da Ponte não é duplicável e não há, felizmente, clonagem de projetos educacionais.

Hoje a escola pode funcionar sem o senhor? 
PACHECO Fui e continuo sendo um intermediário. Não tenho mérito por isso, apenas cumpro a minha missão. Vou me afastar dentro de um ano e estou amargamente antecipando essa despedida. Todo pai tem de deixar o filho andar por si próprio e, nesse momento, a Ponte caminha sozinha. Depois quero continuar desassossegando os espíritos em lugares onde há gente generosa, que só precisa de um louco com a noção da prática, como eu. Agora ninguém pode dizer que uma experiência como a da Escola da Ponte não aconteceu, porque ela existe e provamos que é possível.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

EM QUAL ESCOLA VOCÊ SE VER?




Escola 1


                                                                                 
Escola 2
Escola3

Escola 4


Escola 5


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

PLANO DE AÇÃO ESCOLAR




MARCO REFERENCIAL
DIAGNÓSTICO
PROGRAMAÇÃO
O que queremos alcançar?
O que nos falta para ser o que desejamos ?
O que faremos concretamente para suprir tal falta?


Uma busca de um posicionamento político e pedagógico








É a busca das necessidades, a partir da análise da realidade  e/ou juízo sobre a realidade

É a proposta de ação. O que é necessário possível para diminuir a distância entre o que vem sendo a instituição e o que deveria ser.





























VASCONCELLOS, Celso dos S. Sobre o Papel da Supervisão Educacional/Coordenação Pedagógica. In: Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula, 10aed. São Paulo: Libertad, 2009.

Conte aqui o seu relato de experiência no ambiente escolar.

Eu vou iniciar meu relato de experiência quando atuei em um colégio particular na modalidade educação infantil, desenvolvendo trabalhos interessantes- projetos educacionais.


Neste ambiente escolar as idéias, os temas dos projetos eram escolhidos pelos professores sem nenhuma uma investigação antes para saber o que melhor se encaixava para se trabalhar com cada grupo, não existia uma gestão preparada para atuar naquele contexto escolar.
Fui em busca de informações para saber se existia o PPP da escola e descobri que este documento estava em construção e que essa construção nunca era concluída, justamente para não haver uma "cobrança" da comunidade escolar no desejo de conhecer o instrumento do P.P.P. O mais interessante era que as pessoas que faziam parte deste cenário não se preocupava com isso e aceitavam tranquilamente a idéia de uma escola de grande porte não ter PPP e toda vez que perguntava a escola tem PPP? A resposta era sempre a mesma está em construção. Não contente com essa situação decidi conversa com a coordenadora geral da Instituição e a mesma explicação me foi dada....Percebei que a escola faltavam muitas “coisas”, mas a acomodação da comunidade escolar que lá estava inserida dificultava o dinamismo do trabalho. Hoje saí de lá, e atualmente a coordenadora geral também não está mais presente, o trabalho da escola se perdeu....

Escola cidadã

   
O conceito de cidadão com direitos e deveres esteve e ainda está praticamente ausente na educação tradicional, que realçava exclusivamente os deveres (Figueiredo:2001), fruto de uma pedagogia "marcada pelo recurso a uma autoridade esmagadora onde o educando tinha para com o educador não só obediência e respeito, mas também,frequentemente, temor" (Cabanas:2002). 
Progressivamente, com a Revolução Francesa e o seu lema «Liberdade, Igualdade, Fraternidade», a escola foi sendo debilmente influenciada por pedagogias mais progressistas que atribuíam mais direitos à criança. Desejava-se, simplesmente, que ela fosse criança! A defesa da sua participação em várias tomadas de decisão na escola e "há política a partir do momento em que são tomadas decisões" (Barbier:1996) foi sendo vista cada vez mais como uma necessidade, visando assim o desenvolvimento ético e moral do aluno, a educação para a participação nas instituições e serviços cívicos, enfim, a construção de uma escola mais justa, mais pluralista e democrática a "Escola Cidadã"(Gadotti:2000). 


Quais são os grandes eixos que sustentam a escola cidadã?

A escola cidadã sabe que se nasce cidadão, mas um cidadão esclarecido, consciente, ativo e solidário forma-se. Por isso, a escola cidadã tem um projeto educativo filantropo, que combate as desigualdades escolares e sociais, que promove a participação da comunidade na construção do bem comum no interior da escola, na reconstrução do seu conhecimento e, acima de tudo, do seu projeto de vida. 
A escola cidadã oferece um currículo aberto à diversidade ou à sensibilidade para as diferenças dos alunos, para que todos aprendam quem são os outros. A Escola Cidadã acredita que a "diversidade dos alunos é uma fonte de enriquecimento mútuo, de intercâmbio de experiências, que permite conhecer outras maneiras de ser e de viver e que desenvolve atitudes de respeito e de tolerância" (Marchesi in Rodrigues:2001). 
Na Escola Cidadã transpira-se cidadania ? ou cidadanias ? Pois os alunos têm liberdade de escolha e de decisão, discutindo coletivamente a forma de melhorar a vida escolar, fomenta-se a defesa dos direitos humanos e a solução dos problemas ou conflitos sociais, promove-se a consciência dos direitos e deveres cívicos, potencia-se o raciocínio e a argumentação sobre justiça, liberdade, responsabilidade, solidariedade, respeito mútuo, tolerância, verdade, esforço, de modo a induzir o saber estar, ou seja, condutas socialmente responsáveis (através dos modelos de clarificação de valores; comunidade justa; educação do caráter). 
A escola cidadã é norteada por uma bússola que conduz os professores e a comunidade numa mesma direção ? O bem comum (Sergiovanni: 2004). 
A escola cidadã é acolhedora e encantadora, porque tem salas amplas, espaços lúdicos, ginásios, campo de jogos e zonas verdes que permitem dinamizar hortas e cuidar de animais. 
A escola cidadã é a minha ? E deveria ser a nossa ? Utopia.


*Este foi retirado da página da internet http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=171&doc=12629&mid=2







terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Projeto Político Pedagógico na escola brasileira

    Neste texto pretende-se tratar sobre a realidade da educação brasileira e a importância da utilização do Projeto Político Pedagógico na escola. 
Nesse sentido, o Sistema de Avaliação da Educação Brasileira, subsidiou a apresentação dos dados estáticos que demonstram inúmeros problemas na Educação básica desenvolvida no Brasil. Para identificar este problema vários fatores contribuem para o baixo desempenho da escola como as condições precárias da escola, equívocos do processo de gestão escolar, insuficiência dos recursos didáticos, sistema de avaliação fragmentado, baixa proficiência e condições da escola e dos professores, violência escolar e descontentamento docente, dentre outros aspectos que vem acontecendo no contexto escolar.
Alguns dados estáticos apresentados pelo SAEB* sobre o trabalho na escola revelar que o problema nas escolas públicas brasileiras atingir em cinco estados, mais de 30% das escolas não possuem instrumento projeto político pedagógico e 20% possuem, porém, não são elaborados pela própria escola e somente em dez estados há uma indicação que o projeto da escola é fruto da experiência  somente do professor.
Uma vez que o PPP  deve ser construído democraticamente, com o envolvimento de todos os segmentos da escola: direção, professores, funcionários, pais e comunidade, espaço de construção de cidadania, propor ações que realmente garantam o acesso e a permanência, com sucesso de todos os alunos, além da  consolidação da gestão democrática, reorganizar o trabalho educativo, no sentido de redimensioná-lo em sua totalidade, fazendo com que ele seja visto globalmente.
O impressionante é que os profissionais de educação sabem sobre o poder e a importância desse instrumento no desenvolvimento-planejamento da escola, e mesmo assim são apresentados dados estáticos como pudemos constatar.    A escola é um espaço totalmente relevante para construção da sociedade e por meio deste ambiente ideologia são apresentadas aos educandos. Há uma ideologia impregnada na escola, concepção no diz como a escola deve ser e o interesse de quem ela deve atende por isso o trabalho na escola deve está fundamentado em bases legais e na formação de professores, coordenadores que estão voltados a fazer da escola um ambiente transformador, pois “e a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda” (Paulo Freire).




P.P.P.¹-Projeto Político Pedagógico
PROJETO = vem do latim PROJICERE que significa lançar para frente;
POLÍTICA = refere-se à ciência ou arte de governar; orientação administrativa de um governo; princípios diretores da ação; conjunto dos princípios e dos objetivos que servem de guia a tomadas de decisão e que fornecem a base da planificação de atividades em determinado domínio; modo de se haver em qualquer assunto particular para se obter o que se deseja; estratégia; táctica;(Do grego politiké, «a arte de governar a cidade»).
PEDAGÓGICO = relativo ou conforme à pedagogia; que é teoria da arte, filosofia ou ciência da educação, com vista à definição dos seus fins e dos meios capazes de os realiza

SAEB*- Sistema de Avaliação da Educação Básica Criado em 1988, o Saeb é uma ação do Governo Brasileiro, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep, na sua Diretoria de Avaliação da Educação Básica – Daeb, sendo um dos mais amplos esforços empreendidos em nosso País no sentido coletar dados sobre alunos, professores, diretores de escolas públicas e privadas em todo o Brasil.




REFERÊNCIAS 

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei no 9.394/96.

Projeto político-pedagógico: retrato da escola em movimento. In: AGUIAR, M. A. da S. (org.). Retrato da escola no Brasil. Brasília: CNTE, 2004